Cristãos leigos e leigas, povo de Deus sob a missão do Rei - artigo semanal da Diocese de Jales
- Alexandre Ribeiro Carioca
- há 3 horas
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A Solenidade de Cristo Rei do Universo encerra o Ano Litúrgico com uma proclamação poderosa: Jesus Cristo é o Senhor da história, o centro do cosmos e o sentido último da vida humana. Não se trata de um reinado de domínio, mas de serviço; não de imposição,
mas de amor; não de tronos dourados, mas da cruz que liberta. Celebrar Cristo Rei é recordar que o verdadeiro poder é o que se inclina para lavar os pés, que a verdadeira autoridade é a que restaura e reconcilia que a verdadeira grandeza é a doação total de si.
Neste mesmo dia, a Igreja no Brasil celebra o Dia Nacional dos Cristãos Leigos e Leigas, reconhecendo a vocação e a missão de homens e mulheres que, inseridos no mundo, são chamados a testemunhar este Reino. Se Cristo é Rei, seus discípulos e discípulas são enviados como embaixadores do Reino, sob missão, vivendo a fé no
cotidiano: na família, no trabalho, na política, na cultura, na educação, na economia e em todas as realidades humanas.
O leigo e a leiga não são meros auxiliares da estrutura eclesial, mas protagonistas da missão que Cristo confiou à sua Igreja. Pelo Batismo, participam do sacerdócio comum, oferecendo sua vida como culto agradável a Deus. Pelo testemunho, tornam presente o
Evangelho em ambientes onde muitas vezes o anúncio da palavra não chega. E pela caridade, e testemunho, tornam visível a realeza de Cristo, que reina não através da força, mas através da justiça e da misericórdia.
Sob a missão do Rei, os leigos e leigas são chamados a ser:
- Sal da terra, dando sabor evangélico às relações humanas;
- Luz do mundo, iluminando decisões, posturas e ambientes com o discernimento da fé;
- Fermento na massa, transformando estruturas sociais com pequenos gestos que geram
grandes mudanças.
É importante lembrar que foi no concilio de Nicéia em 325, que foi definida a divindade de Cristo contra as heresias de Ario: “Cristo é Deus, Luz da luz, Deus verdadeiro do Deus verdadeiro”.
Uma observação a ser feita é que Pilatos pediu que escrevessem na cruz “Jesus Nazareno, Rei dos Judeus” (INRI = Iēsus Nazarēnus, Rēx Iūdaeōrum), para identificar o
motivo da condenação de Jesus e como uma forma de zombaria, mas mal sabia ele, que essa alcunha, era o real e vitalício título Daquele que é sim o verdadeiro Rei e o
Pantocrator do universo.
A Solenidade de Cristo Rei do Universo nos recorda que o Reino já está entre nós, mas ainda não está plenamente realizado. Cabe aos cristãos leigos e leigas testemunhá-lo dia
após dia, com coragem, responsabilidade e esperança.
O Rei caminha à frente, e seu povo O segue com a missão de fazer da terra um lugar cada vez mais parecido com o céu.

Diogo Viana de Souza,
membro do Conselho Diocesano de Leigos (CDL) da Diocese de Jales
Santa Fé do Sul-SP, 23 de novembro de 202







