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Vereador ganha mais de 24 Salários Mínimos e meio com viagens em menos de dez meses

  • Foto do escritor: Alexandre Ribeiro Carioca
    Alexandre Ribeiro Carioca
  • há 2 dias
  • 3 min de leitura

Bruno de Paula e Franciele Vila Matos receberam mais que a Câmara gastou o ano passado inteiro


Além de aumentar significativamente as despesas do Poder Legislativo, a adoção do sistema de pagamento de diárias para os parlamentares viajarem oficialmente a serviço da Câmara de Jales também proporciona um ganho exorbitante aos vereadores.


Alguns chegam a ganhar com viagens mais de 24 Salários Mínimos e meio.


Segundo o Portal da Transparência, em todo o ano passado, a Câmara gastou com viagens apenas R$ 24.072,22. Depois que o sistema de pagamento de diárias foi implantado, o valor saltou para R$ 171.192,94 em menos de dez meses. Somente Franciele Vila Matos (PL) já recebeu R$ 26.060,38; Bruno de Paula (PL) já fez 11 viagens este ano, pelas quais ele recebeu R$ 37.290,82. Bem mais do que a Câmara gastou o ano passado inteiro.

Como se não bastasse um, a Câmara tem dois carros oficiais para viagens dos vereadores. Um dos carros da Câmara é um Corolla híbrido (elétrico e a combustíveis) que custou R$ 200 mil em 2023.
Como se não bastasse um, a Câmara tem dois carros oficiais para viagens dos vereadores. Um dos carros da Câmara é um Corolla híbrido (elétrico e a combustíveis) que custou R$ 200 mil em 2023.

Muito mais rentável, o formato de pagamento de diárias atraiu quase todos os vereadores e houve uma explosão de viagens desde que ele foi implantado no começo deste ano. Em 2025, o Salário Mínimo Nacional brasileiro é de R$1.518,00 e o valor recebido pelo presidente Bruno equivale a 25 Salários Mínimos e meio.

Os valores são recebidos a título de diária, uma espécie de remuneração pelas viagens e não exigem prestação de contas com apresentação de notas sobre as despesas nem devolução do excedente. Todo o dinheiro fica para o vereador. Por isso, o número de viagens praticamente dobrou depois que o sistema de diárias foi implantado em resolução assinada próprio Bruno de Paula no começo deste ano.


EVOLUÇÃO ASTRONÔMICA


Dos vereasores em segundo mandado, quase todos aumentaram significativamente o número de viagens e os ganhos recebidos por elas.

Andréa Moreto (PODE) não fez nenhuma viagem nos quatro anos do mandato passado e já fez 5 viagens até o começo de outubro deste ano, pelas quais recebeu R$ 1.655,77.

Em 2021, primeiro ano do seu primeiro mandato, quando precisava prestar contas das despesas, Bruno de Paula fez apenas 5 viagens. No ano seguinte fez só 3 viagens. Em 2023 fez 4 viagens e em 2024, fez 6.

Na viagem mais recente, no dia 15 de outubro, Bruno de Paula (PL) recebeu mais R$ 2.879,60 em mais uma viagem a São Paulo. Somente até outubro deste ano já são 11 viagens pelas quais ele recebeu R$ 37.290,82, o maior valor entre todos os vereadores de Jales. Desse montante, teriam sido anulados 2.879,60.

Elder Mansueli (PODE) já viajava bastante no mandato anterior e manteve a média. Nos quatro anos do mandato anterior, Elder fez nada menos que 22 viagens. Foram 4, 7, 5 e 6 viagens em cada um dos anos. Até outubro de 2025, o comerciante fez 7 viagens, totalizando 29 excursões, a grande maioria para São Paulo. No total, Elder embolsou R$ 21.021,08.

Vanderley Vieira é um caso à parte. No sue primeiro mandado, ele fez 13 viagens. Foram 6, 3 e 4 respectivamente em 2017, 2018 e 2019. Depois ficou cinco anos inteiros (mais que um mandato) sem pegar a rodovia. Neste ano, com o advento do pagamento por viagem em até 3 dias, Deley já fez 4 viagens e recebeu por elas R$ 14.973,92. Desse montante, R$ 719,90 teriam sido anulados.


O professor Rivelino Rodrigues foi o que menos viajou. Foram apenas duas viagens. Uma em 2021 e outra em 2023. Nenhuma nesta legislatura.


Até o ano passado, as viagens eram custeadas pelo sistema de adiantamento e eram feitas em companhia do motorista da câmara, que era quem ordenava a despesa, pagando combustível, hospedagem e alimentação. O vereador fazia a solicitação, discriminando o motivo e o destino da viagem. A tesouraria da câmara transferia o adiantamento para o motorista, que ficava oficialmente responsável pelo pagamento das despesas. No retorno, o motorista apresentava as notas fiscais e devolvia o dinheiro que não tinha sido usado.

Com o sistema de diárias, além do adiantamento ao motorista, que tem obrigação de prestar contas dos gastos com combustível, hospedagem e alimentação, um valor fixo é entregue para o vereador, que gasta ao seu bel prazer apenas para pagar hospedagem e a própria alimentação e fica com o que sobrar, sem necessidade de devolver para a Câmara.

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