Polícia Civil deflagra operação contra jogos de azar em Santa Fé e desmonta rede ilegal de apostas
- Alexandre Ribeiro Carioca

- 1 de ago.
- 3 min de leitura
Com a finalidade de enfrentar as infrações penais que afetam a ordem
pública e o equilíbrio social, a Polícia Civil do Estado de São Paulo, por
meio da Delegacia Seccional de Polícia de Jales e da Central de Polícia
Judiciária (CPJ) de Santa Fé do Sul, deflagrou nesta data uma atuação em
campo para combater a prática ilegal de jogos de azar no município.
A ação policial fruto de investigação e trabalho de inteligência previamente
articulado entre os policiais civis, visou reprimir a exploração clandestina
de jogos de aposta, tipificada como contravenção penal no art. 50 do
Decreto-Lei nº 3.688/41.

Durante a fiscalização e inspeção em dezenas de pontos comerciais de
Santa Fé do Sul, os policiais identificaram quatro estabelecimentos, sendo
três bares e uma loja de celulares, movimentando valores financeiros de
origem ilícita e criando riscos para a integridade econômica de
frequentadores.
Na operação, foram apreendidos diversos materiais que evidenciam a
prática dos ilícitos investigados, dentre eles cinco máquinas destinadas a
prática do chamado "jogo do bicho", duas máquinas caça-níqueis com
interface eletrônica, uma máquina de bingo virtual e uma televisão
utilizada para a veiculação de jogos ilegais, além de papéis relacionados
aos jogos d azar e outros instrumentos diretamente relacionados à
exploração de jogos de azar, caracterizando de forma clara a
contravenção penal prevista no art. 50 do Decreto-Lei nº 3.688/41. Todo
o material foi recolhido, apreendido na Central de Polícia Judiciária de
Santa Fé do Sul e será submetido a exame pericial específico, a fim de
comprovar o funcionamento, a conexão entre os pontos investigados e o
fluxo financeiro da atividade ilícita.

A operação foi coordenada pelos Delegados de Polícia Mauro Luís Truzzi
Otero (Delegado Seccional de Jales), Marcelo Sales França, Higor Vinicius
Nogueira Jorge e Matheus Arnaldo Pereira da Silva, sendo os três
delegados da Central de Polícia Judiciária da Polícia Civil de Santa Fé do
Sul.
O Delegado Seccional de Polícia de Jales, Mauro Luís Truzzi Otero,
ressaltou que o combate à exploração de jogos ilegais é parte de uma
estratégia mais ampla de repressão à criminalidade organizada. “A
repressão aos jogos de azar não se limita ao enfrentamento de uma simples
contravenção penal. Na realidade, as pessoas que oferecem esse tipo de
atividade ilícita aos estabelecimentos comerciais — muitas vezes sob o
pretexto de parcerias comerciais — é que atuam como verdadeiras fachadas
para práticas criminosas mais complexas, como a lavagem de dinheiro, o
financiamento do tráfico de drogas, a corrupção de menores e até a
exploração de pessoas em situação de vulnerabilidade”, afirmou o
delegado.
Em conversa com os delegados de polícia da Central de Polícia Judiciária
de Santa Fé do Sul, foi enfatizado que a exploração de apostas ilegais vai
muito além de uma simples infração administrativa ou contravenção penal.
Segundo delegados, trata-se de uma atividade ilícita com efeitos colaterais
profundos e silenciosos sobre a sociedade. A promessa de ganhos fáceis
atrai apostadores que, muitas vezes, mergulham em ciclos de
endividamento e comprometem a renda familiar. Esse desequilíbrio
financeiro alertam os policiais, costuma desencadear crises emocionais,
desgaste nas relações pessoais e até episódios de violência doméstica.
Famílias inteiras — especialmente mulheres, crianças e idosos — acabam
sendo impactadas pelas consequências do vício em apostas ilegais. De
acordo com os delegados, quem lucra com esse tipo de exploração costuma
ignorar o rastro de destruição que deixa para trás. Por isso, defendem que o
combate aos jogos clandestinos deve ser encarado não apenas como ação
repressiva, mas como medida necessária de proteção social e prevenção de
conflitos dentro dos lares.
Os investigados responderão, inicialmente, por contravenção penal de
exploração de jogos de azar, conforme o art. 50 da LCP, cuja pena pode
chegar a até 1 ano de prisão simples ou multa, mas poderão ser
responsabilizados também por crimes acessórios ou conexos, a depender do
aprofundamento da investigação.
A análise de aparelhos apreendidos e papéis será realizada pelos peritos
criminais e materializada em laudos específicos de cada local onde os fatos
foram praticados e poderá levar a novas fases da operação.
A população pode colaborar com o trabalho da Polícia Civil denunciando
anonimamente por meio do Disque-Denúncia (181), ferramenta
fundamental muito relevante para o enfrentamento do crime.











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