Casos de influenza aumentam, mas vacinação não alcança 25% da população
- Alexandre Ribeiro Carioca
- há 5 dias
- 3 min de leitura
Até agora se vacinaram apenas 28,44% dos idosos; 14,26% das crianças: e 17,69%
das gestantes
Jornal A Tribuna
Enquanto os casos de Influenza aumentam em todo o país e nos aproximamos da
estação do ano mais propícia para disseminação de doenças respiratórias, a população
em geral parece não entender os riscos de não se vacinar.
No último sábado, por exemplo, quando foi realizado o Dia Nacional de Vacinação
Contra Gripe, foram aplicadas apenas 325 doses da vacina contra a influenza, que
imuniza contra os quatro tipos de vírus da doença (veja matéria nesta página). Apenas
0,84% dos idosos e 2,88% das crianças se vacinaram.
Até agora foram vacinados apenas 24,89% do público-alvo. Ainda assim, Jales está
dentro de média da cobertura vacinal, já que no Estado o índice é ainda menor,
23,82%.

Segundo a enfermeira Leidepaula Belon, da Secretaria Municipal de Saúde, no
sábado foram aplicadas 325 doses contra a Influenza e 98 aplicações contras as
demais vacinas do calendário de vacinação, totalizando 423 aplicações.
Dentre as aplicações de influenza do sábado constam: Idosos: 93 doses = 0,84%
cobertura; Crianças: 99 = 2,88% cobertura; Gestantes: 6 = 1,61% cobertura;Outros
grupos prioritários somaram 127 aplicações.
A cobertura do município desde o início da vacinação se encontra em 24,89%,
correspondente a 5.119 doses, sendo: Idosos: 3.143 = 28,44%; Crianças: 491 =
14,26%; Gestantes: 66 = 17,69%; Outros grupos prioritários: 1.419.
Casos de Influenza aumentam em todo o país
Boletim InfoGripe da Fiocruz (Fundação Instituto Oswaldo Cruz) mostra que as
hospitalizações por conta do vírus da Influenza atingiram níveis de moderados a altos
em vários estados, inclusve em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas e Mato Grosso do
Sul. O boletim destaca que 13 unidades federativas apresentam incidência de SRAG
em nível de alerta, risco ou alto risco: Entre eles São Paulo, Mato Grosso do
Sul,Minas Gerais,Paraná e Rio de Janeiro.
Nesses locais, segundo a Fiocruz, há um sinal de crescimento nos casos e,
consequentemente, nas hospitalizações ao longo das próximas semanas.
A Secretaria de Saúde informou que esta época do ano é propícia ao aumento de
casos de doenças respiratórias, mas que a Influenza não é uma doença de notificação
compulsória e apenas um laboratório faz o exame na cidade atualmente. Por isso, não
existem números seguros sobre os casos, apesar do aumento aparente.
Os casos atingem principalmente a população de jovens, adultos e idosos. A edição
chama atenção também para o aumento elevado, em muitas regiões, de casos de
Síndrome Respiratória Aguda (SRAG) nas crianças de até 2 anos, associados ao vírus
sincicial respiratório (VSR). A análise é referente à Semana Epidemiológica 18,
período de 27 de abril a 3 de maio.
Apesar de as infecções por VSR ainda serem as mais prevalentes entre os casos
positivos nas últimas quatro semanas epidemiológicas, com 55,7%, a influenza A
surge com o segundo vírus com o maior número de casos nesse período (26,7%).
O Boletim destaca ainda que, mesmo diante da baixa incidência de SRAG por Sars-
CoV-2 (Covid-19) no país, o vírus tem sido a principal causa de mortalidade entre os
idosos nas últimas semanas, seguido pela influenza A.
Com a alta dos casos de vírus respiratórios, os pesquisadores recomendam que as
pessoas usem máscaras em locais fechados, com maior aglomeração de pessoas e
dentro dos postos de saúde. Em caso de surgimento de sintomas a orientação é ficar
em casa em isolamento. Caso não seja possível, o indicado é que as pessoas saiam de
casa usando máscara. Por fim, pedem que as pessoas dos grupos elegíveis, que ainda
não se vacinaram contra a influenza A, que se vacinem o quanto antes.
Em nível nacional, o cenário atual sugere que os casos notificados de Síndrome
Respiratória Aguda Grave apresentam sinal de aumento nas tendências de longo
prazo (últimas seis semanas) e de oscilação ou estabilidade na tendência de curto
prazo (últimas três semanas). No ano epidemiológico de 2025 já foram notificados
50.090 casos de SRAG, sendo 22.235 (44,4%) com resultado laboratorial positivo
para algum vírus respiratório, 20.144 (40,2%) negativos e 4.537 (9,1%) aguardando
resultado laboratorial.
Dentre os casos positivos do ano corrente, observou-se 13% de influenza A, 1,5% de
influenza B, 40,4% de vírus sincicial respiratório, 27,2% de rinovírus e 18,6% de
Sars-CoV-2 (Covid-19). Nas quatro últimas semanas epidemiológicas a prevalência
entre os casos positivos foi de 26,7% de influenza A, 0,7% de influenza B, 55,7% de
vírus sincicial respiratório, 18,1% de rinovírus e 3% de Sars-CoV-2 (Covid-19). Em
relação aos óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 56,1% de
influenza A, 1,6% de influenza B, 12,9% de vírus sincicial respiratório, 11,8% de
rinovírus, e 18% de Sars-CoV-2 (Covid-19).
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