Maior oferta de leite no Brasil e no mundo reduz preços no mercado interno
- Alexandre Ribeiro Carioca

- 19 de set.
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A produção global de leite tem registrado um crescimento contínuo nos principais exportadores, com boa expansão nos Estados Unidos, Europa e América do Sul. No segundo semestre, a produção de leite também cresce no Hemisfério Sul devido a fatores sazonais. Portanto, essa oferta relativamente mais forte coloca alguma pressão baixista nas cotações. No leilão GDT de 16 de setembro o leite em pó integral fechou em queda, cotado a US$3.790/tonelada. Ainda é um bom patamar de preços, mas os indicadores no mercado futuro sugerem pequeno recuo até o final do ano.
No mercado brasileiro, a balança comercial de lácteos segue com importações elevadas, porém menores que as observadas no ano passado. De janeiro a agosto, o volume importado recuou cerca de 6% na comparação com o mesmo período de 2024.

Em contraste, a produção nacional de leite inspecionado está acelerada, como reflexo da melhor rentabilidade nos últimos anos. O segundo trimestre de 2025 registrou um expressivo crescimento de 9,3% em relação ao mesmo período de 2024, sendo o décimo trimestre consecutivo de expansão na produção. O Brasil atingiu um recorde histórico na série anualizada de 12 meses, com 26,1 bilhões de litros produzidos e a perspectiva é que esse volume continue a subir, sobretudo com investimentos de grandes produtores. Esse incremento na produção resultou em maior disponibilidade interna de leite, afetando negativamente as cotações.
Os preços dos derivados lácteos no mercado atacadista mostram uma tendência de recuo. Mercados como o de leite UHT, queijo muçarela e leite em pó industrial estão desacelerando. O mercado de leite Spot está particularmente fraco, com muita oferta disponível e pouca demanda.
O preço pago ao produtor de leite, em termos reais, começou o ano em bom patamar, mas exibiu um movimento de declínio a partir de abril, em plena entressafra, indicando que a demanda por lácteos não cresceu no mesmo ritmo da oferta. O cenário da para o final do ano deverá ser mais desafiador, mas não tão desfavorável quanto o segundo semestre de 2023, que foi marcado por margens muito apertadas e manifestações de produtores.











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