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Procon e Iamspe passam a ocupar ocupar camarins do Teatro Municipal


Mesmo interditado por falta de segurança, o Teatro Municipal de Jales passou a alojar mais dois órgãos públicos cujas atividades não têm qualquer relação com a atividade cultural . O Iamspe (Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual) e o Procon (Proteção ao Consumidor) passaram a ocupar as salas que originalmente abrigavam os camarins dos artistas que se apresentavam no teatro. Eles se juntaram ao CPMA (Central de Penas e Medidas Alternativas) que, como o nome diz, administra o cumprimento de sentenças aplicadas a quem comete crimes de menor potencial ofensivo. O CPMA é subordinado à Secretaria Estadual de Administração Penitenciária e ocupa as salas 3, 4 e 5 do prédio desde setembro do ano passado. Obviamente, nenhum desses órgãos desenvolve atividades relacionadas à cultura e a alocação deles no Centro Cultural tem gerado estranheza e protestos do setor.

“A grande questão que fica é: por que o teatro funcionando dentro do prédio do teatro incomoda tanto as pessoas, mas quando funciona um órgão penitenciário ninguém se incomoda? Aí vai trazendo Procon, Iamspe, Ministério do Trabalho, Secretaria de Esportes e ninguém se incomoda”, disse um operador cultural.

“É uma aberração, na verdade. O nosso sentimento é de indignação mesmo. Não tem outra palavra para definir”, afirmou outra.

O material dos órgãos já está alojado nos camarins que ficam atrás do palco, inviabilizando assim qualquer espetáculo artístico. Uma placa enorme do Iamspe estava sobre o palco, mas foi levada para dentro da sala na quinta-feira.

A reportagem apurou que a intenção inicial era alojar os dois órgãos no Ganha Tempo, mas não se sabe os motivos da mudança de planos. O Centro Cultural possui cinco salas na sobreloja, que até o ano passado abrigavam o Projeto Eefel (Educação, Educação Física, Esporte e Lazer para a Vida) e o Ministério do Trabalho, além do CPMA.

Há um ano, quando o jornal A Tribuna noticiou a cessão das salas para a Secretaria de Administração Penitenciária, o procurador jurídico do município, Pedro Manoel Callado Moraes, de quem partiu a idéia de ceder as salas para o Estado, negou que o local não seja adequado para cuidar de condenados e administrar as suas penas. “Eu não vejo assim. Vai continuar existindo no mesmo espaço todas as atividades que existem ali, como o teatro e a escola de teatro”.

Segundo ele, o município é carente de imóveis que possam ser cedidos para órgãos do Estado e da União, por isso foi preciso encontrar uma alternativa heterodoxa. “Temos vários imóveis que a prefeitura aluga há décadas, como o IAMSPE, DAEE, PAT, Polícia Federal, entre muitos outros das outras esferas administrativas prestem serviços para a comunidade”.

Na quinta-feira, 21, enviamos e-mail para a Secretaria de Comunicação com alguns questionamentos sobre o assunto. O secretário Douglas Zílio disse que se esforçaria para conseguir as respostas, mas por conta do prazo exíguo, talvez só pudesse responder na semana seguinte. Até anteontem, nove dias depois de ter recebido o e-mail, a prefeitura não tinha enviado resposta alguma.

Entre as questão que consideramos pertinentes estão : Quando foi finalizada a transferência? O planejamento inicial não era alojar os dois órgãos no Poupa Tempo (Ganha Tempo)? O que motivou a mudança de planos? Eles não serão mais alojados no Poupa Tempo? Quantos órgãos estranhos à Cultura, Esporte e Turismo estão alojados no Teatro atualmente? A acomodação de órgãos com atividades tão diversas à Cultura no "Centro Cultural" (incluindo um órgão da Secretaria de Administração Penitenciária) não é incoerente? Não prejudica a atividade cultural no local? Quantas salas ociosas ainda existem no teatro e quantas a prefeitura pretende usar para órgãos estranhos à Cultura, Esporte e Turismo? A transferência não descumpre determinação de interdição do Teatro?


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