PRECISAMOS APRENDER A DESCOMPLICAR: Pe. José Antonio Soares, Diocese de Jales
Ser diferente, consciente e descomplicado para fazer a diferença na sociedade.
Preocupação exagerada e sem fundamento rouba um tempo precioso demais da gente, por isso respira fundo, reflita, procura entender bem as coisas, desconsidera algumas e descomplica. Acabamos de iniciar mais um novo ciclo com a certeza das transformações, de desafios, de mudanças, mais aprendizados e também de oportunidades, que serão mais frequentes. É uma boa hora para, além de explorar, planejar, investigar e exercitar possibilidades ou alternativas, para o presente e para o futuro.
Descomplicar é sinônimo de: desembaraçar, simplificar. Recentemente estamos lidando com a notícia da vacina contra a Covid-19. Há controvérsias, desinformação e muita complicação.
Segundo pesquisas as vacinas são essenciais para blindar o organismo contra doenças que ameaçam a saúde, em todas as idades. Elas atuam na defesa do organismo contra agentes infecciosos e bacterianos. Doenças altamente contagiosas e bastante comuns no passado – como o Tétano, a Paralisia Infantil, o Sarampo, a Caxumba e a Rubéola – praticamente já não existem mais no Brasil graças ao elevado índice de imunização.
Em entrevista, o Papa Francisco confirmou que tomará a vacina contra a Covid-19 por considerar esse ato ético e importante para dar fim
à pandemia do novo coronavírus. Ele disse não compreender e critica a existência de um “negacionismo suicida” em relação ao imunizante. De acordo com o Papa tomar a vacina é uma “opção ética porque você aposta na saúde, na sua vida, mas também na vida dos outros”.
A vacinação, de acordo com os bispos do Brasil, é compreendida como “fato social, não individual, para alcançar metas indicadas pelos epidemiologistas”. A presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) defende, em sua primeira mensagem de 2021, que a “vacina contra a Covid-19 é um direito de todos os brasileiros”.
A humanidade está adoecida pela pandemia e só encontrará a cura se caminhar unida, adotando a solidariedade como princípio que orienta as relações. Com isso, quero muito enfatizar a importância de você aprender a descomplicar para ativar o seu melhor em decisões pessoais, que consequentemente refletem no coletivo. Ser diferente, consciente e descomplicado para fazer a diferença na sociedade.
A grande esperança de nós cristãos é que a prova não terá a última palavra. Certamente, temos que passar pela prova, certos de que Deus não nos esqueceu, mesmo na pandemia. Podemos continuar a ter esperança, a confiar n’Ele, na certeza de que Ele nos fortalece, orienta e nunca nos deixa sozinhos.
Deus, que nos fez livres e corresponsáveis pela obra da Criação, nos ajude a aprender com as lições desta pandemia, para que possamos superá-la, para que cada pessoa assuma a própria responsabilidade no cuidado com o seu semelhante e avancemos na construção de um mundo mais saudável, fraterno, solidário e descomplicado.
Jales, 14 de janeiro de 2021.
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