Vereador tenta coagir e intimidar servidoras municipais em serviço
“Porr*”, “fodi**”, “bosta”, moleque foram algumas das indelicadezas ditas pelo comerciante às servidoras municipais
No afã de defender os seus interesses econômicos, o lojista Elder Mansueli coagiu e tentou intimidar um grupo de funcionárias públicas municipais que visitavam estabelecimentos no centro da cidade na manhã deste sábado. Praticamente aos berros, sem máscara, proferindo diversos palavrões e filmando as servidoras como forma de ameaça-las, ele questionou as mulheres de forma incisiva. O vídeo foi transmitido e gravado ao vivo no seu Facebook, mas não está mais disponível na rede social digital. Porém ainda circula por WhatsApp e sites.
Ainda dentro do seu carro, Elder deixou claro que pretendia coagir as funcionárias da Vigilância Epidemiológica que estavam visitando a sua loja, na rua Onze. “Esperem aqui que eu vou mostrar o que a Vigilância está fazendo com o comércio de Jales. Esperem que eu vou gravar”, disse enquanto estacionava o veículo.
Já diante das servidoras, o empresário disparou: “Eu não aguento mais essa porra. Tá todo mundo quebrado, tá todo mundo fodido nessa porra”.
A confusão atraiu a atenção de quem passava e cerca de uma dúzia de pessoas, quase todas homens, acuaram as fiscais nunca canto da parede. Diante dos pedidos para não serem filmadas, o empresário, que também é vereador em primeiro mandato, desafiava as servidoras a procurarem a justiça.
“Processa eu, processa eu, processa eu. Pode processar! Esquenta, não.”
Absolutamente descontrolado, o comerciante também xingou o prefeito Luis Henrique Moreira e o seu chefe de gabinete, José Ângelo Caparroz de “moleque e vagabundo”, que não cumprem com a palavra. “O prefeito tem que ser homem. Pode ligar pra ele, pra polícia pra quem que for. O Prefeito é moleque”, disse.
Elder alegava que tinha autorização do prefeito para manter atendimento na forma de take-away na porta da sua loja. O sistema permite que os clientes entrem no estabelecimento. A possibilidade foi completamente proibida pelo decreto municipal publicado um dia antes.
“Por que no mercado vocês não vão? tem alguma multa no mercado? Quero ver! Para de conversa, moço! Acorda pra vida, Para com essa conversa tonta. Só nós que se fode”, disse.
Durante o tumulto, outra equipe se juntou a primeira para tentar acalmar o vereador.
Mesmo diante da explicação das servidoras, o vereador permaneceu irredutível.
“Ninguém está mandando fechar. Estamos dizendo que não pode deixar esse balcão na porta. As pessoas vão trabalhar normal e os clientes vão pedir por WhatsApp e telefone ou virão até o local fazer o pedido. veio para pagar, ele vai ser autorizado a entrar dentro da loja, essa é a nossa orientação. ”, explicou uma das fiscais.
“Balcão não pode. Pode entrar só para pagamento, não é para atendimento, não pode atender para vender”,
“Não é o momento de aglomeração. Ontem nós tivemos três pacientes na UPA esperando vaga na Santa Casa e não tinha”, alertou outra.
O constrangimento durou aproximadamente 15 minutos. A reportagem apurou que Elder liderou movimentações contra as medidas de restrição de circulação e chegou a percorrer outros estabelecimentos para tentar convencer os empresários a desobedecer.
CÓDIGO PENAL
O crime de desacato ocorre quando alguém ofende um funcionário público que está exercendo seu trabalho. Esta previsto no artigo 331 do Código Penal e trata-se de crime da competência dos juizados especiais criminais.
Desacato:
Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
O prefeito Luis Henrique disse que vai consultar o seu advogado na segunda-feira pela manhã, “mas devo processá-lo, sim”.
Não conheço o vereador mais dou razão para seu nervosismo,tem que deixar a população trabalhar,se o prefeito não fizer nada a favor da população já não ganhará nem para porteiro.