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Setembro Amarelo: especialistas convidam a imprensa para debater abordagem jornalística

Campanha Setembro Amarelo, inclusive a cartilha, pode ser acessado no endereço https://www.setembroamarelo.com/


A psicóloga Aline Fulconi e a psiquiatra Daniele Cicoti convidaram a

imprensa jalesense para uma roda de conversa sobre a abordagem

jornalística do suicídio. Como e quando é possível noticiar o fato de forma

a não banalizar nem glamourizar o ato, evitando incentivar pessoas em

situação vulnerável.

O tema da conversa foi baseado na campanha “Comportamento Suicida:

conhecer para prevenir”, realizada pela Associação brasileira de Psiquiatria

e dirigida para profissionais da imprensa. A campanha é realizada desde

2009 e tem apoio do Conselho Federal de Medicina e da Associação

Psiquiátrica da América Latina.

A psicóloga Aline Fulconi e a psiquiatra Daniele Cicoti convidaram a imprensa jalesense para uma roda de conversa sobre a abordagem jornalística do suicídio

Notícias sobre o suicídio trazem à tona o conhecido dilema de conciliar o

dever de informar, sem ferir a suscetibilidade das pessoas e sem provocar

danos. Quando se trata de suicídio os critérios que norteiam a publicação e

a composição de reportagens assumem contornos que diferem dos padrões usuais e muitos veículos de comunicação optam por não divulgar o ato suicida. Por trás desse cuidado está a noção de que a veiculação

inapropriada de casos de suicídio pode ser não apenas chocante como

também estimular o ato em pessoas vulneráveis, numa espécie de contágio.

As especialistas apresentaram números sobre os casos de suicídio no Brasil

e no mundo, destacaram as principais causas e, sobretudo, a possibilidade

real e concreta de prevenção e recuperação.

Como manter a auto-estima elevada; ter bom suporte familiar; laços sociais

bem estabelecidos com família e amigos; religiosidade, independente da

afiliação religiosa e razão para viver; ausência de doença mental; estar

empregado; ter crianças em casa; senso de responsabilidade com a família;

capacidade de adaptação positiva; capacidade de resolução de problemas e

relação terapêutica positiva, além de acesso a serviços e cuidados de saúde

mental.

De acordo com a Campanha, por mais planejado que seja, o suicídio parte

de um ato que é usualmente motivado por eventos negativos. “O impulso

para cometer suicídio é transitório e tem duração de alguns minutos ou

horas. Pode ser desencadeado por eventos psicossociais negativos do dia a

dia e por situações como: rejeição; recriminação; fracasso; falência; morte

de ente querido; entre outros. Portanto, acolher a pessoa durante a crise

com ajuda empática adequada pode interromper o impulso suicida do

paciente”.

Por outro lado, a Campanha ressalta que uma boa reportagem pode inverter

o contágio. Há vários registros mostrando que dependendo do foco dado a

uma reportagem pode haver aumento no número de casos de suicídio ou o

contrário, ou seja, a imprensa pode ajudar pessoas que se encontram sob

risco de suicídio ou mesmo enlutadas pela perda de um ente querido que

pôs sim à vida. Pesquisas evidenciam que o impacto das notícias nas taxas

de suicídios e o relato repetitivo de suicídio ou matéria relacionadas ao

mesmo suicídio está diretamente ligado ao aumento das taxas de suicídio.

Aline e Daniele sugeriram dicas de reportagens que podem evitar o suicídio

e ajudar as pessoas vulneráveis a procurar ajuda médica. Entre as dicas

estão incluir na reportagem um quadro contendo as principais

características de determinado transtorno mental, causa principal do

suicídio, as possibilidades de tratamento eficaz e endereços onde obter

ajuda

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