Representação da Rússia diz que aguarda aprovação da Anvisa para iniciar negociação com a Prefeitura
Prefeito de Jales fez proposta de compra da vacina contra a Covid-19 e resposta foi enviada na quarta-feira, dia 10, pelo chefe da representação Russa no Brasil
Jornal A Tribuna
A população jalesense pode ficar mais esperançosa sobre a imunização contra a Covid-19. Na última quarta-feira, 10 de fevereiro, a representação comercial russa no Brasil enviou ofício ao prefeito Luis Henrique Moreira informando que aguarda apenas a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovar o uso da vacina Sputinik V em território brasileiro para iniciar as negociações para compra do imunizante pela Prefeitura de Jales.
“Informamos que a sua solicitação foi encaminhada para análise do RDIF (Russian Direct Investiment Fund) entidade responsável pela distribuição da vacina Sputnik V no mundo. Assim que a vacina seja aprovada pela ANVISA, passaremos ao senhor o contato da pessoa responsável pela negociação de vendas da vacina”, disse o Chefe da Representação Comercial da Rússia no Brasil, Viktor Vadimovich Sheremetker, em carta enviada ao prefeito Luis Henrique.
Ainda não há data para aprovação do uso do imunizante russo no Brasil, mas no dia 3 de fevereiro, a Agência anunciou o fim da exigência de estudos da fase 3 em andamento no Brasil para autorização emergencial de vacinas no país.
Com a mudança, a Anvisa segue exigindo estudo de desenvolvimento clínico da vacina na fase 3, mas agora ele não precisa estar sendo conduzido no Brasil. Isso acelera o processo de autorização da vacina e reduz os prazos para o início da vacinação com o produto.
No caso de fase 3 realizada no exterior, caberá ao laboratório requerente apresentar os dados brutos do estudo, fazer o acompanhamento dos participantes dos testes para avaliação de eficácia por, pelo menos, um ano e apresentar demonstração de que os estudos pré-clínicos e clínicos foram conduzidos conforme as diretrizes aceitas nacional e internacionalmente. O prazo de análise para vacinas sem estudo de fase 3 desenvolvido no Brasil será de até 30 dias.
Até agora, no Brasil, existem duas vacinas com autorização de uso emergencial: a Coronavac, desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a Sinovac; e o imunizante desenvolvido pela farmacêutica AstraZeneca, em parecia com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A flexibilização nas regras do pedido de uso emergencial pode beneficiar, por exemplo, o laboratório União Química, que está à frente da produção da vacina russa Sputnik V no Brasil, a mesma que o prefeito de Jales tem intenção de comprar. O imunizante ainda aguarda autorização de estudo fase 3 no país, mas agora não dependerá mais desse pré-requisito para encaminhar o pedido.
LUIS HENRIQUE QUER 45 MIL DOSES
No dia 25 de janeiro, o prefeito Luis Henrique protocolou, em Brasília, ofício na Representação Comercial da Rússia no Brasil no qual declara a intenção de compra de 45 mil doses da vacina contra a Covid-19, “Sputnik V”.
O objetivo é ampliar a imunização que já está sendo realizada no município com as vacinas Coronavac e Oxford/AstraZeneca. Até agora, Jales recebeu 2.500 doses desses dois imunizantes, que, somadas às 45 mil doses da Sputinik V, seriam suficientes para vacinar praticamente todo publico alvo da cidade.
“Confirmamos com total responsabilidade que estamos dispostos e aptos a celebrar contrato para a compra da vacina Sputnik V e que o financiamento está disponível”, diz trecho do ofício.
“Não podemos ficar só na espera, estamos buscando alternativas para ampliar a vacinação e imunizar o quanto antes pessoas com comorbidades, professores e outros profissionais. Recebemos pouco mais de 2.500 doses das vacinas Coronavac e Oxford/AstraZeneca, que é de extrema importância, mas ainda é pouco. Nossa expectativa é de que esse volume possa ser ampliado”, frisou o prefeito de Jales.
Luis Henrique disse ainda que, com a aprovação da ANVISA, independentemente do fornecedor ou país de origem dos imunizantes, o importante é adquirir o maior número de vacinas para a população jalesense.
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