Região de Rio Preto registra aumento de 42% nos casos de Covid
do Diário da Região
Em uma semana, número de casos confirmados de coronavírus na região de Rio Preto sobe 42%; especialistas pedem reforço da imunização e uso de máscara em locais com aglomeração
O número de casos de coronavírus voltou a crescer na área do Departamento Regional de Saúde (DRS) de Rio Preto. Em uma semana, a média móvel diária de pacientes infectados subiu de 71 para 101, um aumento de 42%. Ainda não se sabe se isso tem a ver com uma possível circulação da subvariante da Ômicron, a BQ.1, que tem causado crescimento em todo o País. Especialistas orientam reforço da vacinação e retomada de cuidados para evitar o contágio – como higienização das mãos e uso de máscara, principalmente em locais fechados e com aglomeração.
A média móvel diária de mortes na região também sofreu variação, de 0,71 para 1,43, no período entre 8 a 15 de novembro deste ano, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde.
Sublinhagem da variante Ômicron, a BQ.1 tem mostrado uma elevada capacidade de transmissão ao se comparar aos outros subtipos de coronavírus. E tem sido relacionada a novas ondas de casos de Covid-19 em diversos países da Europa e América do Norte. Os principais sintomas dela são dor de cabeça, tosse, dor de garganta, quadro febril, perda de olfato e paladar.
Por enquanto, a Secretaria Municipal de Saúde de Rio Preto não registrou nenhuma contaminação na cidade causada pela nova subvariante do vírus.
Para o professor Gonzalo Vecina Neto, da Fundação Getúlio Vargas, o aumento da média móvel de contaminações no País pode estar subnotificado. “Como estamos fazendo menos testes de coronavírus, não dá para saber o que acontece de fato. Com poucos testes, identificamos poucos casos, mas o crescimento de contaminações está sendo vertiginoso em todo País”, diz o ex-presidente da Agência Nacional de Saúde (Anvisa). Segundo o Ministério da Saúde, na última semana, a média móvel no País subiu de 3,5 mil casos para 8,5 mil.
Vecina aconselha as pessoas por conta própria a voltarem a usar máscaras em locais fechados e no transporte coletivo, antes mesmo que os governos publiquem decretos com obrigatoriedade. “Principalmente os idosos e os portadores de comorbidades. É fundamental se proteger e também atualizar o esquema vacinal”, diz o pesquisador.
Ulysses Strogoff de Matos, médico infectologista da Unidade Especial de Doenças Infecciosas do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, também acredita que o aumento da média móvel de contaminações é um indício da presença da mutação do vírus na região. “Independentemente de saber se o aumento de casos é provocado pela nova subvariante, tem que adotar medidas como incentivar as pessoas a tomarem as doses de reforço que reduzem o risco de morte”, diz o pesquisador.
Ulysses relembra que a média nacional de aplicação da terceira dose da vacina está em 35%, o que deixa o país em uma situação vulnerável ao surgimento de novas variantes da Covid-19.
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