Presidente da Câmara é contra a criação da Guarda Civil Municipal em Jales
Bismark Kuwakino alega que custos são altos e se declarou contra o
projeto que ficou engavetado desde julho
O presidente da Câmara Municipal de Jales, Bismark Kuwakino, é contra a criação da Guarda Civil Municipal de Jales. O Projeto de Lei Complementar 13/2022 que cria a FCM de Jales protocolado pelo Poder Executivo em 11 de julho e só na última Sessão
Ordinária, dia 24 de outubro, foi lido, dando início ao caminho que deve
percorrer até ser votado pelos vereadores. Porém, sem maiores explicações,
Bismark não incluiu o projeto entre as propostas que serão debatidas nesta
segunda-feira, 24 de outubro, hoje.
O grupo de vereadores favoráveis à criação da GCM pretende apresentar
um requerimento em conjunto, pedindo a inclusão do projeto na pauta de
votações. Trata-se de um instrumento normal, constante do regimento
Interno da Câmara e bastante usado nas Sessões.
Segundo a Coluna Enfoque, assinada por Valdir José Cardoso, no jornal A Tribuna, Bismark demorou para
colocar o projeto em votação porque esperava a resposta a um ofício que
enviou à administração pedindo o impacto financeiro, que não estava
explícito no projeto original.
A alegação é, no mínimo, estranha. O projeto protocolado em julho tem 65
páginas e traz descriminado quantos serão os cargos, qual o salário de cada
um em cada fase da carreira e até as atribuições de cada cargo.
Segundo o documento datado de 12 de julho e assinado pelo contador do
município e pelo secretário de Fazenda, os 50 funcionários da GCM que
devem ser contratados inicialmente custarão R$ 2.372.206,70 em 2024, e
R$ 2.654.262,00 em 2025. O valor representa um aumento de 0,77% na
Folha Pagamento e de 0,43% no Orçamento total.
O salário inicial para o GCM de 3ºClasse é de R$ 1.800, em estágio
probatório. Com as promoções e antiguidade, ele pode chegar a R$ 2.280.
O maior salário (abaixo do subcomandante) é o de inspetor, cujo salário inicial é de R$ 3.360 e pode chegar a R$ 3.672 em final de carreira.
Ainda assim, a resposta ao questionamento do presidente foi enviada para a câmara em 31 de agosto, mas o parecer da Comissão de Constituição
Justiça e Redação Participativa só foi emitido no dia 19, quarta-feira desta
semana. E antes mesmo da resposta chegar, o próprio presidente já tinha
dito várias vezes, em entrevista e na tribuna da Câmara, que é contra a
proposta.
Mas em agosto, o município enviou para a câmara os dados sobre os
custos com aquisição de equipamentos necessários à implantação da
Guarda. Os 3 carros, 3 motos, uniformes, HTs, armas, munições, coletes,
custarão quase R$ 1,8 milhão.
ATRIBUIÇÕES
Entre as atribuições da Guarda estão “proteção dos direitos humanos
fundamentais, do exercício da cidadania e das liberdades públicas;
preservação da vida, redução do sofrimento e diminuição das perdas;
patrulhamento preventivo; compromisso com a evolução social da
comunidade; e uso seletivo e progressivo da força”.
Os GCMJ também deverão zelar pela segurança e proteção dos bens,
serviços e instalações do município, orientando ou adotando medidas de
prevenção que visem evitar a ocorrência de furtos, roubos, incêndios e
outros danos ao patrimônio público municipal; atender com presteza
quando chamado por qualquer pessoa da comunidade, prestando o auxílio
que couber; executar todas as atividades de policiamento preventivo e
comunitário”, entre outras funções.
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