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Jales tem média mensal de 15 mortes por covid-19


A Tribuna

A urgência de medidas emergenciais para conter a disseminação do novo coronavirus em Jales parece mais dramática se olharmos os números. Desde que a primeira morte causada pela covid-19 foi registrada em Jales, em 14 de junho do ano passado, se passaram oito meses. Durante esse período, foram registrados 120 óbitos de jalesenses que sucumbiram em decorrência direta da doença ou complicações relacionadas a ela. A média é de 15 mortes por mês, mas houve meses em que esse número foi bem maior.

Atualmente o município se encontra na fase mais aguda de aceleração da doença. Em alguns casos, foram registradas quatro, cinco ou até seis mortes por semana.

Nos 28 dias que durou fevereiro, foram registradas 18 mortes por covid-19. No dia 1º, o Boletim Epidemiológico da prefeitura sinalizava 97 óbitos. No dia 28, esse número tinha saltado para 115.


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O Boletim Epidemiológico desta terça, 9 de março, registra o 20° óbito por Covid-19 em Jales

No último fim de semana, por exemplo, morreram quatro pessoas em três dias. Na noite de sexta-feira, 26 de fevereiro, houve óbitos de dois homens, um de 67 e outro de apenas 50 anos. Na segunda, 1º de março, morreram duas mulheres no mesmo dia: uma de 69 anos, na madrugada, e outra de 67 anos, na parte da manhã. Todos os pacientes estavam internados na Santa Casa de Jales.

A semana anterior não foi menos dramática. Na segunda-feira, 22 de fevereiro, o Boletim Epidemiológico da prefeitura registrava 109 óbitos e 3858 casos positivos. Cinco dias depois, na sexta, havia 115 óbitos e 3.970 casos positivos. Entre a segunda e a sexta entraram para as estatísticas 6 mortes e 112 doentes.

Para efeito de comparação, a segunda morte por covid-19 só aconteceu em 26 de junho, ou seja, 12 dias depois da primeira. A vítima foi uma mulher de 59 anos, sem comorbidades (doenças preexistentes).Ela morreu na Santa Casa de Jales, depois de ficar internada por quase dez dias.

Antes desses óbitos, um homem de 66 anos, morador de Pontalinda, também já tinha morrido pela doença na UTI da Santa Casa. Ele foi a primeira vítima da Covid-19 na região de Jales. O homem era portador de diversas doenças pré-existentes (diabetes, hipertensão e problemas cardiovasculares), estava internado desde o dia 19. O óbito foi registrado no dia 22 de maio na declaração de óbito constava “infecção por Coronavirus”.

CASOS POSITIVOS

O ritmo de crescimento do número de pessoas afetadas pela doença também subiu bem rápido. No começo, no segundo e terceiro bimestres do ano passado, o espaço entre os casos era de mais de uma semana. O primeiro caso positivo foi de um estudante de 25 anos que sequer figurava na lista de suspeitos e fez o exame em laboratório particular. A identidade do paciente não foi revelada na ocasião, mas soube-se que ele morava fora da cidade e chegou a Jales no dia 27 de março. O jornal apurou que o jovem era um estudante de medicina, fez os exames assim que sentiu os sintomas e ficou em isolamento domiciliar. Seu pai, também médico, atuava na linha de frente do combate à covid e veio a padecer da doença meses depois.

O município demorou quase um mês para chegar ao quarto caso positivo, no dia 23 de abril. Tratava-se de uma mulher 37 anos, moradora de Jales, que procurou laboratório particular para a realização do exame. O terceiro caso positivo, notificado em Jales no dia 17 e abril. Também importado, o homem teve alta da internação e retornou para a sua cidade de origem, onde permanece em isolamento domiciliar.⁣

FECHAMENTO

Em 23 de março, o então prefeito Flá publicou o Decreto Municipal 8.058 determinando o fechamento do comércio jalesense. Flá atendeu pedido feito pelas quatro entidades classistas do comércio, no dia anterior. Associação Comercial e Industrial de Jales (ACIJ), Sindicato do Comércio Varejista (Sincomércio), Sindicato dos Empregados no Comércio de Jales (Sincomerciários) e Sindicato dos Bares, Hoteis, Restaurantes e Similares da Região de Jales.

O prefeito suspendeu o atendimento ao público em estabelecimentos comerciais, mas liberou as atividades internas dos estabelecimentos comerciais, bem como a realização de transações comerciais por meio de aplicativos, internet, telefone ou outros instrumentos similares e os serviços de entrega de mercadorias (delivery).

Também foi suspensa a cobrança da chamada Zona Azul, o transporte coletivo intermunicipal de passageiros na modalidade fretamento; e, o transporte coletivo urbano; além dos serviços de taxi, moto-táxi e transporte por aplicativos.

Casas noturnas e demais estabelecimentos dedicados à realização de festas, eventos ou recepções também foram impedidos de realizar atividades durante o período.





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