"Inovação, inclusão e transparência nas eleições da OAB SP" - Por Patricia Vanzolini, presidente da OAB SP
Inovação, inclusão e transparência nas eleições da OAB SP
Por Patricia Vanzolini, presidente da OAB SP
A Ordem dos Advogados do Brasil Seção São Paulo (OAB SP) tem um compromisso histórico com a democracia, traduzido exemplarmente no papel de liderança da entidade no movimento pelas Diretas Já, há 40 anos. É um comprometimento que se consolida no dia a dia e que, agora, ganha mais um capítulo, com a adoção de um sistema de votação 100% online para as eleições deste ano, que, em novembro, escolherão a diretoria da Ordem paulista para o triênio 2025-2027.
Esta iniciativa é inédita no Estado de São Paulo, que tem o maior número de advogados e advogadas do país – mais de 380 mil. É, também, desafiadora e necessária, para que estejamos alinhados às mudanças sociais, econômicas e tecnológicas de nossa sociedade.
A OAB SP está atenta às transformações digitais, cada vez mais presentes no nosso dia a dia. Fundamental para a comunicação, a tecnologia é aliada da democracia, na medida em que permite que advogados e advogadas possam exercer o seu direito ao voto de qualquer lugar. Pela primeira vez, não será necessário sair de casa e enfrentar filas para votar. Pela primeira vez, a advocacia paulista poderá escolher seus representantes pelo celular, tablet ou computador, de forma prática, simples e segura.
A decisão de realizar eleições 100% online visa, acima de tudo, promover a inclusão e a participação democrática de toda a advocacia paulista. A OAB SP acredita que essa medida não só facilita o exercício do direito ao voto, mas também fortalece a representatividade e a coesão da classe, o que nos leva a outra questão premente de uma discussão mais aprofundada: o sistema de votação indireta no Conselho Federal.
Ao contrário da eleição nas Secionais, nesse processo a advocacia não exerce o direito de votar. A escolha é feita pelos conselheiros federais. Em poucas palavras: o voto indireto resulta na ausência de representatividade democrática. Esse déficit de legitimidade fragiliza a OAB nacional frente à advocacia e à sociedade brasileira.
Privar a classe da participação efetiva na eleição do Conselho Federal é, no mínimo, incoerente frente à história da advocacia brasileira. E, aqui, reforçamos que advogados e advogadas foram peças fundamentais na luta pela redemocratização do nosso país.
É motivo de orgulho para a OAB SP que, na contramão do processo eleitoral da Ordem nacional, a Secional paulista caminhe na direção da modernização e da democratização cada vez maior da entidade em cada ação desenvolvida para a advocacia do estado. Trata-se de um compromisso inabalável com a democracia. Ontem, hoje e sempre.
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