Brasil registra 455 casos de violência contra políticos e candidatos nas eleições de 2024; SP lidera ranking
Os dados são do Observatório da Violência Política e Eleitoral, da Unirio. Somente contra candidatos ao pleito deste ano, foram 173 casos de violência e 15 homicídios.
Na reta final do primeiro turno da eleição, os casos de violência contra candidatos repercutem em várias regiões do país.
Na terça-feira (24), no ABC Paulista, um candidato a vereador foi encontrado morto, outro foi alvo de tiros. No Rio de Janeiro, um candidato à Câmara de Nova Iguaçu morreu baleado. Em Roraima, um candidato à prefeitura de Amajarí sofreu um atentado a tiros.
Mapeamento da violência política
Dados do Observatório da Violência Política e Eleitoral, da Unirio, revelam que, de janeiro a 16 de setembro, foram registrados 455 casos de violência contra lideranças políticas no Brasil.
No primeiro trimestre do ano, ocorreram 68 casos; no segundo, 155 e, no terceiro, 232. Do total de caso desse terceiro trimestre, que foi de julho até 16 de setembro, 173 foram contra candidatos das eleições de 2024.
São Paulo é o estado que lidera a estatística, com 29 casos, seguido pelo Rio de Janeiro, com 20, e Piauí, com 14.
Os casos registrados são diferenciados por tipos de violência: foram 94 casos de violência física, sendo 15 homicídios, 49 de violência psicológica, 19 de violência econômica e 11 simbólicas.
O pesquisador do Observatório da Violência Política e Eleitoral, Pedro Bahia, comentou esse cenário:
“Ele já está muito maior do que em relação ao mesmo período nas eleições nacionais e estaduais de 2022 e em comparação com as eleições nacionais de 2020. Então, infelizmente, a gente acaba esperando que esse ciclo municipal de 2024 seja muito mais violento do que os anos anteriores.”
Na abertura da sessão plenária desta terça-feira (24), a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, informou que encaminhou ofício à Polícia Federal (PF), ao Ministério Público Federal (MPF) e aos presidentes dos tribunais regionais eleitorais (TREs) para que seja dada celeridade, efetividade e prioridade às funções de investigação, de acusação e de julgamento dos atuais atos contrários ao Direito Eleitoral. Segundo a ministra, isso inclui também os atos agressivos à cidadania e os casos de violência das mais variadas formas que vêm se repetindo no processo eleitoral em curso e que afrontam a atividade da política.
“Política não é violência, é a superação da violência. Violência praticada no ambiente da política desrespeita não apenas o agredido, senão ofende toda a sociedade e a democracia”, declarou a presidente.
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