ANO NOVO, ESPERANÇA E PAZ - artigo semanal da Diocese de Jales
- Alexandre Ribeiro Carioca
- 29 de dez. de 2022
- 2 min de leitura
O início de um Novo Ano vem marcado como um tempo de festas,
confraternizações e encontros. Tempo também de avaliações e planejamentos,
tempo para orações, esperando por dias melhores e abençoados. Com o início de
um novo ano descortinam-se novos sonhos, novas oportunidades, ou ao menos, a
esperança renasce com o brilhar fulguroso dos primeiros dias dos 365 que se
cumprirão.

Numa pesquisa realizada pela consultoria Cause e o Instituto Ideia,esperança foi eleita pelos brasileiros como a palavra do ano de 2022. Isto revela o quanto estamos carregados de sonhos e projetos de um novo modo de vida, porque a palavra esperança vem do latim spes e significa esperar, confiar em algo positivo, viver e esperar com disposição para mudanças. Esperança expressa
temas filosóficos (por exemplo, o que eu posso esperar?) e teológicos (uma das
três virtudes teologais) e, deste modo, um tema inerente ao ser humano.
Esperança de dias de paz, de vivência e respeito aos valores universais de
fraternidade, vida digna para todos, respeito ao próximo e muitos outros. O Papa
Francisco, em sua Mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2023, com o tema
“Ninguém pode salvar-se sozinho. Juntos, recomecemos a partir da Covid-19 a
traçar sendas de paz”, aponta para tais valores que a humanidade é convidada a
não se esquecer.
O fio condutor da reflexão da Mensagem do Papa Francisco é analisar sobre
as mudanças causadas pela Covid-19, o luto, a dor e, a lição mais importante, de
“tomar consciência de que sozinhos não vencemos, precisamos uns dos outros e
que nosso maior tesouro é a frágil fraternidade”. Parece até um pesadelo sem fim,
algo inacreditável, que nem bem o mundo conseguiu vencer a pandemia e vem
uma Guerra que está desestabilizando a todos. São mais de 300 dias de guerra,
destruição e morte entre irmãos. Certamente, “não era essa a estação pós Covid
que a humanidade merecia ou ansiava passar”, afirmou o Papa.
Aproximando um pouco mais o olhar à realidade atual, é possível perceber
outras situações desagradáveis, como por exemplo, as crises morais e sociais, as
crises políticas e econômicas, o desrespeito pelo outro, o abandono da religião, a
fome que mata muitas pessoas, a falta de emprego ou salário digno para muitos,
a crise humanitária e migratória que vivem alguns países e a crise ambiental. E
ainda, ao pensar no futuro, uma parcela da população pensa em si mesmo, no
seu próprio mundo, e o outro não significa quase nada.
O ano se inicia e, com ele, a esperança por dias melhores, dias de cura da
humanidade corrompida pelo pecado, dias de reconstrução de laços de
fraternidade e solidariedade, dias de paz e de justiça. O convite é feito pelo
próprio Deus, que nos dá o exemplo de viver o amor infinito e misericordioso (Cf.
Evangelho de João 13,15) como passo seguro neste novo ano.
Fernandópolis, 28 de dezembro de 2022.
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