Bispo de Jales pede a padres que incentivem manifestações regionais contra reformas
O bispo de Jales, Dom Reginaldo Andrietta, distribuiu carta interna recomendando aos padres da Diocese que não apenas apoiem as manifestações marcadas para o dia 28, como também incentivem a sua organização onde elas não estiverem previstas. “Solicito que os senhores expressem nos próximos dias, especialmente nas celebrações, o apoio de nossa Igreja Diocesana às manifestações pacíficas convocadas por entidades democráticas da sociedade brasileira, para o próximo dia 28 de abril, sexta-feira, em defesa da dignidade humana, e que, onde não estão previstas, incentivem sua realização”. A mensagem também foi publicada no site da Diocese.
Segundo ele, algumas decisões e projetos do Governo Federal [como as reformas trabalhista e previdenciária] reduzem direitos sociais conquistados democraticamente e “precarizam ainda mais as condições de vida tão difíceis do nosso povo”.
“As angústias de nosso povo, hoje, frente à situação econômica, política e social de nosso país, tocam o coração de Deus e nossos corações de pastores’, afirmou.
Dom Reginaldo fez nova convocação para participação nas manifestações do dia 28 ao publicar um documento, nesta segunda-feira, 24, sobre o início da Semana Internacional da Juventude Trabalhadora.
“Diante do cenário atual somos desafiados a unificar nossas vozes e ações, manifestando-nos corajosamente, de modo especial no próximo dia 28 de abril, sexta-feira. Frente a esse desafio, convidamos a juventude e todas as pessoas solidárias com nossas lutas por condições dignas de vida e trabalho, a se unirem conosco”.

O bispo de Jales é referência da CNBB para a Pastoral Operária Nacional e teve significativa atuação na Juventude Operária Cristã Internacional (JOCI), tanto nos Estados Unidos quanto na América Latina e na Bélgica, entre 1986 e 2003.
Foi durante esse período, e com base na experiência brasileira, que o Conselho Internacional da JOCI, realizado em Madri, na Espanha, decidiu instituir mundialmente essa Semana.
O texto do bispo explica que durante essa Semana, os jovens trabalhadores partilham e analisam seus problemas, expressam suas convicções, fortalecem seus vínculos, engajam-se em ações comuns e reivindicam seus direitos. Por isso, essa Semana culmina em manifestações do 1º Maio, realizadas com outras organizações de trabalhadores e trabalhadoras.
“A classe trabalhadora no Brasil, especialmente a juventude trabalhadora, está sendo duramente golpeada em seus direitos, conquistados democraticamente ao longo de muitos anos”, ratificou.