Sem fiscalização, caminhões circulam livremente no “pontilhão” interditado
14 meses depois de proibido pela Prefeitura de Jales, o tráfego de veículos pesados (acima de 6 toneladas) pelo viaduto Antônio Amaro, conhecido popularmente como “Pontilhão da Francisco Jalles”, continua livremente.A prefeitura diz que a fiscalização é responsabilidade da Polícia Militar. Uma moradora do Jardim Novo Mundo fotografou, durante várias semanas, o tráfego indiscriminado de caminhões e outros veículos pesados que impunimente ignoram a determinação. São caminhões basculantes, caminhões-baú, de bebidas, de material de construção e outras cargas, além de ônibus particulares e de empresas públicas. Tanto no sentido Centro-bairro como vice-versa. Uma verdadeira farra.
A proibição entrou em vigor em 1º de junho de 2015, ou seja, 14 meses. Na ocasião, o secretário de Obras, Manoel de Aro disse que a interdição era preventiva, foi decidida com base em uma análise do IPT (Instituto Paulista de Tecnologia) e tinha como objetivo evitar que os problemas estruturais da construção, que tem mais de 50 anos e nunca foi reformada, se agravassem. Ela foi sugerida pelo Conselho Municipal de Trânsito e vale para todos os veículos com peso acima de seis toneladas. “Caminhões, ônibus e demais veículos pesados devem buscar rotas alternativas”, sugeria um comunicado distribuído pelo Comutran na época.
Na opinião de uma moradora que chegou a abordar um motorista, os caminhoneiros perceberam que a proibição não está sustentada por qualquer fiscalização e simplesmente ignoram o risco.
“Eu fico admirada com a falta de respeito dos motoristas que não estão nem aí para o risco de isso aqui desabar. Mas sem fiscalização, eu reconheço que fica difícil obrigá-los. O brasileiro é assim mesmo. Já tenho uma coleção de fotos”.
CONFIRA ALGUMAS FOTOS
MULTAS
O secretário de Obras, Manoel Andreo de Aro, disse ao jornal A Tribuna, em junho, que a prefeitura firmou acordo com a Polícia Militar para fiscalizar e multar os motoristas que descumprirem a determinação e que as multas estão sendo aplicadas.
A proibição está sendo eficiente, segundo ele, na medida em que o tráfego foi reduzido, mesmo que não tenha sido totalmente extinto. “Estamos monitorando e não há risco imediato. A menos que houvesse um tráfego intenso de veículos muito pesados e por um tempo prolongado”.
Ele explicou que o peso máximo foi determinado por um grupo de especialistas formado por integrantes do CREA, Aerj, DER e engenheiros da prefeitura.
A obra de recuperação, no entanto, não tem previsão de ser executada. Somente o projeto técnico custaria entre R$ 80 mil e R$ 400 mil, dependendo dos reparos exigidos.
A reportagem tentou, mas não conseguiu localizar o tenente Osório e o capitão Dutra, comandantes da PM na cidade.