São Paulo quer acabar com vacinação contra aftosa nos próximos anos
A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo deu início nesta quarta-feira, dia 4 de maio, à primeira fase da vacinação contra febre aftosa 2016. Devem ser vacinados animais com até 24 meses de idade. Essa população representa 4,5 milhões das 10,3 milhões de cabeças existentes no território paulista. O criador tem até o dia 7 de junho para comunicar a vacinação ao Escritório de Defesa Agropecuária, ou por meio do sistema informatizado Gedave.
A vacinação é obrigatória e o criador que não vacinar ou não comunicar a vacinação à Defesa Agropecuária pode receber multa de R$ 117,75 por cabeça que deixar de vacinar, e R$ 70,65 por cabeça que deixar de comunicar a vacinação.
Na região do Escritório de Defesa Agropecuária (EDA) de Jales devem ser vacinadas mais de 340 mil cabeças de gado. No ano passado, 100% do rebanho da região foi vacinado.
Segundo o diretor técnico do EDA da região de Jales, Jamil Atihê Júnior, os 22 municípios da regional de Jales possuem 4.800 pecuaristas cadastrados.
O estado de São Paulo está livre da doença há 18 anos (o último caso foi em março de 1996), mas as campanhas de vacinação são necessárias para manter o nível atual.
Porém, a campanha de vacinação contra a febre aftosa deste ano tem como foco obter o reconhecimento do status de livre da doença sem vacinação até 2020, junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
Inquéritos realizados em anos anteriores comprovaram a ausência do vírus da doença nas propriedades do Estado, mas a preocupação da Secretaria de Agricultura é com o rebanho que chega a São Paulo de outros estados para abate. O Estado de São Paulo tem abriga 4% do rebanho nacional, mas é responsável por 24% dos abates de todo o País. Entre as medidas adotadas para a retirada da vacina estão intensificação de fiscalizações de trânsito de animais e produtos de origem animal, com barreiras fixas e volantes (principalmente em divisas estaduais); e a intensificação das fiscalizações em eventos de concentração animal (feiras agropecuárias, rodeios e leilões).
RECOMENDAÇÕES
De acordo com o Sindicato Rural de Jales, o criador deve observar alguns cuidados para garantir uma boa vacinação. Entre eles, adquirir vacina somente em estabelecimentos cadastrados; conservar a vacina entre 2 e 8 graus centígrados, tanto no transporte como no armazenamento e nunca congelar a vacina.
A aplicação também deve seguir alguns procedimentos: escolher o horário mais fresco do dia para realizar a vacinação; vacinar de preferência no terço médio do pescoço. Independente da idade, a dose é de 5 ml de vacina; usar seringas e agulhas higienizadas - sem o uso de produtos químicos (nem álcool, nem cloro); substituir a agulha com frequência, para evitar infecções; manter os frascos da vacina resfriados durante a operação; classificar os animais por idade (era) e sexo, para evitar acidentes durante a vacinação.